Peregrinação a pé a Fátima 2008



O grupo cresceu exponencialmente. Às 5h30 a Igreja de Vialonga acolheu os quase 180 peregrinos, numa missa onde o padre João nos deu a sua bênção, para mais uma peregrinação a Fátima.
Depois de terminada a missa, aumentou a tensão, começou a impaciência, “onde ponho o meu saco?", "qual a carrinha do dia?", "agora está no saco da noite", "a fila para o WC cresce".
O grupo foi-se organizando, seguindo a cruz transportada pelo (jovem) José Alves. A cabeça do grupo chega ao Intermachá quando o último peregrino sai do Largo da Igreja.
Fomos acompanhados pela GNR de Vialonga, até aos limites da sua área de operação.
Vila Franca de Xira foi a primeira paragem, as primeiras bolhas aparecem, os músculos já estão doridos e o cheiro a bálsamo paira no ar. Uma trovoada cai para nossa surpresa, os peregrinos acolhem-se nos cafés e as barrigas já dão sinal de fraqueza.
Concentração no Lidl - As primeiras informações são fornecidas.
No primeiro dia almoçámos no Parque de M
erendas de Vila Nova da Rainha (ementa: caldo verde, frango assado, panados, rissóis, croquetes, pasteis de bacalhau e fruta como sobremesa).
Continuámos a caminhada até aos Casais da Lagoa. Pelo caminho foram distribuídos chocolates, fruta e a indispensável água. Nova paragem no jardim da Azambuja. Depois do merecido repouso, os pés doridos dos peregrinos lançaram-se ao caminho e a ansiedade falava mais alto. A pergunta "Falta muito?" era o que mais se ouvia. Eis que chegamos ao lugar da pernoita.
Aí o cansaço falou mais alto e o salão paroquial onde tinham dormid
o 250 peregrinos na noite anterior, não foi suficiente para acolher os nossos 176. Talvez devido ao cansaço, não conseguiram dividir o espaço irmamente; desta forma, alguns peregrinos tiveram que dormir no alpendre, na casa mortuária e na capela. A fila para o banho era infindável, mas com muita paciência tudo se resolveu.
Foi distribuída uma sopa de legumes "quentinha", pão, queijo, chourição e fruta.
No final deste dia, um dos peregrinos que sofria de asma, teve de se dirigir ao hospital de Vila Franca de Xira e por ordem do médico teve de regressar a casa. E, assim, findava a primeira noite.
No segundo dia, após um mini pequeno-almoço de bolinhos, e depois de feita a oração do dia iniciámos a caminhada. Dada a inexistência de berma, a fila indiana tornou-se uma prioridade para a organização.
Mais uma vez houve boa compreensão por parte de todos os peregrinos.
Parámos nos locais habituais, Cartaxo para o pequeno-almoço, onde outro peregrino, devido a bolhas nos pés e dores musculares teve de regressar a casa. Unidos, continuámos ordenadamente a caminhar até à próxima paragem.
Quando da chegada ao local do almoço houve necessidade de transportar duas peregrinas ao Hospital de Santarém, que depois de verem resolvida a sua situação juntaram-se de novo ao grupo.
N
a Ponte da Asseca descansámos e deliciámo-nos com uma sopa de legumes, um prato de perca no forno, uma salada de frutas e um cafezinho (que de café tinha pouco).
Está patente a boa disposição …
As nossas inseparáveis Amigas, que muito contribuíram para
que o grupo se mantivesse unido (Belinha e Capuchinho), o "melga" do Ulpio com a sua boa disposição foi fazendo com que o grupo caminhasse unido, o que nem sempre foi fácil.
A pedido da D. Lurdes Sousa (de Alverca), foi feito um peditório a favor de uma colega sua da Modis, que sofre de uma doença crónica e incapacitante, passando por muitas dificuldades. Mais uma vez o grupo foi solidário e reunimos 500 euros que a D. Lurdes entregará à srª D. Maria do Céu . Apelamos a v/ solidariedade para com esta irmã. Que Deus a ajude e ela possa melhorar rapidamente.
Seguimos até Santarém
, sendo o destino da pernoira a Póvoa de Santarém, onde a D. Jerónima detinha uns armazéns para nos receber. O espaço era pequeno e tivemos que recorrer à generosidade e boa vontade da D. Violante, e de imediato um casal prontificou-se a oferecer um espaço para a pernoita. Tudo foi resolvido da melhor maneira.
Entretanto, o padre João celebrou uma missa. Mais uma vez as dormidas e os banhos foram atribulados, visto que se na nossa casa 3 ou 4 pessoas querem tomar banho e só existe uma banheira há confusão, imaginem 176 pessoas a quererem tomar banho, jantar e dormir. Foi assim, com a amabilidade de uns e a atenção de outros que os peregrinos foram transportados para o Centro Social da Póvoa de Santarém, onde tomaram um banho "quentinho" e comeram uma sopa de feijão, carne e legumes, bem à moda do Ribatejo, acompanhada com queijo, fiambre, chourição, pão e fruta. Mais uma vez, tudo à descrição. Nessa noite, mais um peregrino e aproveitando a boleia do Padre João regressou a casa devido às bolhas nos pés e dores musculares.
Na manhã do terceiro dia, fez-se um peditório para reunir dinheiro e oferecer à D. Jerónima pela pessoa prestável que foi. Talvez desta forma, o Sérginho possa ter a sua nova cadeira de rodas, o mais rapidamente possível.
Fizemos a oração
e caminhámos até Pernes para o pequeno-almoço

A dor do cansaço / O contraste da boa disposição
Novamente em Alcanena a D. Eugénia presenteou-nos com uma boa canja e uns óptimos grelhados; e como sobremesa a especialidade da casa - o arroz doce. Descansámos e cuidámos de todos os aspectos físicos para encarar a dura subida da serra de Minde da melhor maneira.


A mão amiga apareceu
Que se pensava no momento
Mais uma vez, notou-se a união deste grupo que orando e cantando subiu e desceu sem nunca parar, pois o ritmo era tão bom que qualquer quebra podia enfraquecer o "andamento" dos peregrinos
Finalmente, chegámos ao pavilhão gimno-desportivo de Minde. Desta vez, talvez um pouco mais habituados a dividir tudo com os irmãos, o grupo lá se acomodou no espaço que nos estava reservado. Os peregrinos desfrutaram de um banho de água quente e de sopa, oferta da paróquia de Minde. Enquanto outros, com um pouco mais de sorte, dada a presença de familiares e amigos, usufruiram de outro tipo de bens, concedidos por estes.
Dormimos o sono dos justos. Às 7 da manhã já estávamos acordados e prontos para a caminhada finale e a chegada à casa da Mãe.

Orando….
Foi distribuído um inquérito, confidencial, a cada peregrino, cujo objectivo principal é o
aperfeiçoamento de algumas situação que possam ter corrido menos bem, tendo em conta que é através de críticas construtivas que o mundo avança e se torna melhor. O resultado desses inquéritos é esclarecedor. Conseguimos tirar ideias e chegar a algumas conclusões. Surgiram algumas ideias bem criativas, como por exemplo a necessidade de colmatar a falta de um megafone para que seja possível aos peregrinos cantar e rezar o terço todos os dias da caminhada.
Outro assunto focado foi a comida, mas é sempre muito difícil agradar a todos; deste modo, este ano arranjámos maneira de oferecer aos peregrinos 2 almoços de carne e 2 almoços de peixe; tendo sido bem sucedidos nesta matéria.
A última refeição que o grupo desfrutou em conjunto foi no Lagar da Lúcia, onde o prato foi um belo “bacalhau à Lagar da Lúcia”, onde foram entregues os passaportes do peregrino, onde os sorrisos, os abraços e as emoções falaram mais alto, pois sentíamos o fim da caminhada a chegar. Os elos criados entre os peregrinos já eram fortes, já se tinha esquecido a chuva, o calor, as bolhas e as dores e só se pensava na troca de contactos, palavras amigas escritas nos lenços, entre outras coisas.


Assim.....
Com o n
osso estandarte a abrir caminho, formámos dois a dois e de mãos dadas, cantámos até perdermos a voz, embargada pela emoção.
Outros grupos batiam palmas enquanto passávamos e nós caminhávamos orgulhosos da camisola que traziamos.
Em silêncio entrámos no Santuário onde reinava a paz e bem estar caracteristico. Bem perto de Nª Senhora fizémos um círculo, com o estandarte ao centro e o sr. Carvalho iniciou uma oração. De lágrimas no rosto, e amor no coração, juntámo-nos num abraço de Adeus e/ou Até Sempre.

A boa disposiçao da missao cumprida
Até para o Ano…