21 de jun. de 2008

Caro peregrino,

A minha maneira de estar na vida, assim como nesta peregrinação não tem como objectivo colher os frutos semeados pelos outros. A minha participação na organização tem simplesmente uma finalidade: tentar ajudar a criar as condições essenciais para que a caminhada decorra em Paz e harmonia e tentar minimizar o esforço e sacrifício de cada um, para que possam cumprir as suas missões.

Pela ordem natural da vida a tendência é melhorar tudo o que nos propomos fazer, naturalmente durante estes 24 anos algumas melhorias foram feitas, no entanto algo mais poderia ter sido feito. Tal não aconteceu, porque nunca houve hipóteses de alguém poder exprimir o seu pensamento, efectuar criticas ou dar as suas opiniões, como o peregrino agora fez.

O trabalho desenvolvido na organização da peregrinação durante todos estes anos é digno de louvar...

Passo, então, a descrever a minha opinião pessoal.

1. Caminhada

Como é do conhecimento de quem durante todos estes anos teve a árdua tarefa de organizar a peregrinação, no percurso do 2º dia não existe grande alternativa para o almoço de um Grupo tão grande. (Não devemos voltar a correr o risco de pagar e não comer nos restaurantes de Santarém).

Este ano, o atraso também se deveu ao facto de duas peregrinas terem sentido a necessidade de se deslocar ao Hospital para receber assistência.

2. Alimentação

Almoçar em Fátima naquele dia é complicado quanto mais para um Grupo como o nosso. Devemos almoçar por turnos? Ou devemos dividir o Grupo por vários restaurantes? O Espírito de Grupo não se cria só na oração mas também no convívio, penso que nesses momentos se criam boas amizades. Em relação à referência “Peregrinos de Luxo” não existe maneira de impedir tais situações. Tal como alguns dos peregrinos, fui confrontado espontaneamente com essa situação. Como consequência desta situação foi pedido aos familiares dos peregrinos “privilegiados” pela refeição para ser retirada a caixa alusiva à frase controversa (“Peregrinos de Luxo”), tendo esta sido de imediato retirada do sítio exposto.

3. Apoio

Essa é a minha vontade, tentar ajudar todos os peregrinos a cumprirem a sua missão, o que nunca vai acontecer a perfeição, mas irei fazer um esforço nesse sentido.

4. Dormidas

É verdade, podia ter sido evitada a confusão da segunda noite, uma vez que se sabe perfeitamente que a pernoita desse dia se deve a boa vontade e caridade de algumas pessoas. Até ao ano de 2007 nunca existiu grande problema nessa noite, devido a 2 situações: 1º O número de peregrinos era menor; 2º Existia a casa da D. Violante em que o espaço era suficiente para pernoita, missa e jantar. Certamente se deve lembrar a situação que vivemos o ano passado nessa mesma casa. Não nos esquecemos de quem tão bem tem acolhido ao longo destes anos nas suas casas o nosso grupo. Devido ao espaço limitado, ao querer proporcionar um banho quente a todos os peregrinos necessitámos de transportar os mesmos nas carrinhas para o banho (localizado no Centro Social) e após isso fornecer uma refeição ligeira. Mais uma vez não houve o bom senso e paciência de alguns peregrinos, talvez pelo cansaço. Temos o exemplo da noite anterior quando não conseguimos dormir todos juntos, onde na véspera tinham pernoitado cerca de 250 peregrinos.

5. Oração

Com o crescimento do grupo torna-se difícil rezar na caminhada, este ano houve um esforço para que em cada momento de partida fosse dito algo, assim como nas refeições.

6. Missa

Julgo que não é nestes quatro dias que caminhamos juntos, que vamos converter os peregrinos que normalmente não se deslocam livremente a Casa do Senhor. É fácil dizer que se deve manter, aumentar e melhorar, mas a verdade é que não existem críticas construtivas que nos ajudem a descobrir como se devem fazer as coisas, com as condições que dispomos nesses dias, talvez aqui as sementes ainda não estejam a dar o fruto desejado.

É uma das prioridades que devem ser repensadas, não se devendo correr o risco deste ano, uma vez que depois da longa caminhada, o cansaço está patente em todos os peregrinos e muitos deles demasiadamente debilitados em termos físicos precisam, primariamente, de um banho e de um sítio para relaxar os músculos, em detrimento de outras actividades.

7. Chegada a Fátima

Pena que ao fim de 24 anos (22) pouco se tenha feito neste sentido. Lembro-me que no meu primeiro ano de peregrino (2006) entrei no Santuário e nesse momento cada um dos peregrinos fez o que quis, não tendo sido efectuado qualquer discurso, por parte da organização, que demonstre às pessoas que a missão foi cumprida com sucesso, nem sequer uma oração em louvor a Nossa Senhora de Fátima. As únicas palavras que nos foram transmitidas nesse momento foram sobre o local do almoço e o local onde se encontravam as carrinhas neste sentido. No ano passado (2007) houve uma tentativa de organizar uma roda para que se pudesse fazer uma oração, mas tendo em conta o momento em que esta decorreu e grande aglomerado de peregrinos, tudo foi feito com alguma rapidez. Penso que este é um dos pontos a melhorar nos próximos anos da peregrinação, apesar de este ano já se terem verificado melhorias consideráveis.

8. Elevado número de peregrinos

É um assunto muito difícil de resolver, visto que a procura das pessoas pela peregrinação tem sido elevada. Senão vejamos:

2006

2007

2008

+/- 120

+/- 150

+/-170

Peregrinos de Vialonga

2006

2007

2008

Não tenho qualquer informação

+/- 60

+/- 60

Peregrinos fora de Vialonga

2006

2007

2008

Não tenho qualquer informação

+/- 90

+/- 110

Dos peregrinos que não são de Vialonga, podemos encontrar pessoas provenientes de Alenquer, Estoril, Lisboa, Linda-a-Velha, Massamá, Montijo, Samora Correia, Tapada das Mercês, entre outros. A que se deve este crescimento?

Será que com a criação de dois grupos não corremos os mesmos riscos? Onde está depois o Espírito da união? Estamos perante uma realidade que exige cada vez mais de quem tem a tarefa de proporcionar as melhores condições aos peregrinos. Foi no sentido de poder efectuar melhorias no futuro, que tentámos saber a opinião dos peregrinos com um pequeno inquérito.

Em tudo na vida se deve reflectir. Porque não neste pequeno fenómeno.

9. Atitudes

As acções ficam para quem as pratica.

Quando se falou nas novas tecnologias penso que se estaria a falar nesta oportunidade que foi dada aos peregrinos para exprimirem as suas opiniões e fazerem as suas criticas, através da Internet.

Defendo a liberdade de “opinar” e que tais opiniões sejam dadas a conhecer aos intervenientes e não apenas partilhadas em grupos restritos de amigos.


Até para o ano.

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